quinta-feira, 30 de junho de 2011

AUTO ESTIMA - UM ESTRANHO NO ESPELHO


Apatia, estranhamento do próprio corpo e da realidade são os principais sintomas do transtorno de despersonalização.
" Eu me olho no espelho e não me reconheço... E estranho a minha voz. Partes do meu corpo também são estranhas...O mundo parece irreal, um sonho constante. Não sei explicar!" diz a estudante de biomedicina Ana, 21 anos que sofre de transtorno de despersonalização e desrealização, um tipo de transtorno dissociativo. No quadros dissociativos há um comprometimento da percepção do individuo em relação a consciência, memória, identidade e ao ambiente á sua volta. Em situações normais, essas funções devem ser reconhecidas como únicas e interligadas.
Pode ocorrer sensação de anestesia sensorial (sentido menos sensíveis aos estímulos do ambiente) e sentimento de perda de controle de algumas funções, como a da fala. A desporsanalização pode ser resumida como uma sensação de irrealidade para com o próprio corpo. É como se ele não fosse do indivíduo ou não existisse.

Problemas em comum
Com a sensação de que o mundo parece irreal, um sonho, a pessoa se sente como se estivesse "dentro de um filme", onde tudo ao seu redor parece estranho e mecânico. Na desrealização pode estar presente sem a despersonalização. Nesse caso, os problemas de percepção estão ligados com a realidade e não com o corpo.
A Psicóloga Giovana Tessaro explica que a despersonalização e a desrealização podem ser sintomas de outros problemas. " Elas podem surgir em outros quadros patológicos como depressão maior, transtorno de estresse pós-traumático e abuso d substância tóxicas. São bastantes comuns em ataque de pânico". Nesses casos, se a causa do problema for tratada, a despersolização e a desrealização tendem a desaparecer. " O maior número de casos com sintomas de despersonalização e desrealização são concomitantes a doenças como essas. É difícil encontrar um paciente apenas com transtorno de despersolização", diz a psicóloga.
O transtorno de despersonalização é diagnosticado quando não há outra doença presente e a frequência dos sintomas causa muito sofrimento e prejuízo na qualidade de vida do paciente. Nos quadros de despersonalização e desrealização crônicas, a angústia do indivíduo pode ser tão intensa a ponto de causar desejo suicida, o que requer ajuda especializada rápida.

Tensão
celebral
evidência de hiperativação interna do córtex pré-frontal (área do celebro envolvida na tomada de decisões e controle emocional) e hipoativação das amígdalas (onde ficam registradas as memórias emocionais). Isso estabelece um estado contraditório de hipervigilância e apatia. O cérebro está sempre alerta, mas as emoções são fracas. E essa tensão cerebral causa muito cansaço e indisposição.
Podem existir sintomas de ansiedade e depressão, pensamento obsessivos e confusão quanto ao sentido do tempo, que parece passar muito rapidamente. Sonolência excessiva, sensação de não existir e de cabeça vazia e pressão na cabeça são comuns nesses pacientes. Apresentam dificuldades para sentir emoções e indentificá-las. Há a lembranças dos fatos intelectualmente, mas não emocionalmente. Existem também problemas de concentração percepção, memória e tendência ao isolamento.
A dor de não conseguir sentir as emoções satisfatoriamente pode levar ao desespero quem sofre de despersonalização e desrealização. Este tipo de comportamento pode fazer com que no individuo se coloque em situações arriscadas ou viva de forma turbulenta.

Consciência
paralela
A psicóloga e pedagoga Sandra Silva acredita que as oscilações de humor entre apatia e agitação. falta de concentração e percepção e em alguns casos agressividade podem levar a diagnóstico equivocados como transtorno bipolar, transtorno de personalidade borderline, ciclotimia, ou transtorno de deficit de atenção e hiperatividade (TDAH). A medicação usada do TDAH, Ritalina, é perigosa para quem tem despersonalização e desrealização. Os sintomas são os mesmos, mas os cérebros funcionam de formas opostas. Sandra afirma que a dersonalização e a realização podem dar inicio na infância, quando a realidade é dura, onde começa a viver no seu mundo paralelo para sua sobre vivência, a problema no lar, como: traumas, abusos. desamparo, abandono. Os pais tem que ficar atentos a qualquer sinal de isolamento da criança, encaminhando ao um profissional para identificar o problema. Quando mais cedo for diagnosticado e tratado maiores serão a chances de recuperação. Os pais precisam ter em mente que devem fazer do lar um lugar seguro e saudável. Além de traumas de infância toda a situação de estresse extremo, dor conflito ou perda podem desencadear a doença.
Além dos traumas e estresse a casos que podem ser originados por uso de drogas e álcool. Devido ao estado de ansiedade e estresse constantes nas despersonalização e desrealização, é preciso tomar cuidado com tudo o que altere a já estimulada química cerebral. A medicação receitada precisa ter base em estudos publicados sobre o tema
Fonte Vida e Saúde
Jornalista Larissa Jansson

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